A notícia é de ontem, de autoria do DN
[Antes de tudo é mais um passo largo para o insucesso escolar, os políticos em nada acrescentam à educação. Simplesmente se vão aproveitar como sempre para gerir a seu belo prazer os dinheiros e as correntes de influência para descredibilizar as escolas públicas e fazer o retorno aos privados do que até agora lhes foi retirado e bem. O Diretor passa a ser o porta estandarte para os insucessos e os sucessos serão sempre do poder autárquico. Quem acredita neste modelo irá verificar a curto prazo que tudo vai faltar, água, luz, material de apoio, comida...e porquê? Por os dinheiros públicos endereçados para fins escolares serão canalizados para outros assuntos mediáticos de propaganda. Assim vai a nossa escola ...agora politizada.]
Governo entrega às câmaras tudo menos professores e escolas da Parque Escolar
(Susete Francisco e Pedro Sousa Tavares)
Competências que até agora a maioria das câmaras municipais só detinham a nível do pré-escolar e do 1.º ciclo – como a propriedade física das escolas, a tutela do pessoal não docente e a responsabilidade pela Ação Social Escolar, refeições, pequenas e grandes obras nos estabelecimentos, segurança e até a contratação de serviços como a água e eletricidade – vão ser integralmente entregues aos municípios, abrangendo agora todos os ciclos do ensino básico e do secundário.
Vamos ser diretos e falar do mundo real. Os Diretores vão ficar amarrados às vontades dos Presidentes de Câmara ou dos seus representantes. Há muitas formas de condicionar as decisões de um Diretor e na política o que não falta é gente que se mexe muito bem nos bastidores e que sabe jogar como ninguém o jogo das influências.Andamos a falar da importância do modelo de gestão, na eleição do Diretor, mas cada vez mais o Diretor será um mero acrescento da vontade política do Presidente de Câmara e da sua visão para o ensino.
A escola e os seus especialistas do ensino – os professores – terão uma voz cada vez mais pequenina e serão tratados como “meros” funcionários públicos, descartáveis quando a vontade de suas excelências não for cumprida.
Os professores, alguns, vão sentir os seus interesses internos postos em causa, a ideia do patrão fora de casa irá desaparecer rapidamente e as guerrilhas serão cada vez mais acesas, com o intuito de agradar aos novos poderes. Também nós temos responsabilidades em ter deixado chegar isto ao ponto que chegou, bem como os pais que pouco ou nada querem saber da sua escola e estão a leste do que está prestes a acontecer.
Abrir a porta da escola, do futuro do país, a esta “gente” sem escrúpulos, é um erro histórico sem precedentes.
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