Bateu à Porta

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

EXAMES NACIONAIS CONTINUAM E VALEM 25% DA NOTA FINAL

 

Os exames nacionais vão continuar e contarão 25% na classificação final do ensino secundário, num modelo de três exames em que Português é obrigatório e os outros dois podem ser escolhidos pelos alunos. 

As alterações foram esta segunda-feira apresentadas pelos ministros da Educação, João Costa, e da Ciência e Ensino Superior, Elvira Fortunato, em conferência de imprensa, em Lisboa.  

O ministro da Educação justificou a opção pela necessidade de assegurar medidas que permitam ajudar na "fiabilidade e equidade do sistema" e com a "necessidade de continuar a aprofundar a complementaridade entre avaliação interna e avaliação externa no sentido de uma valorização do ensino secundário como um fim em si mesmo e não apenas como porta de acesos ao ensino superior". 

Por sua vez, Elvira Fortunato frisou o trabalho "em articulação" entre os dois ministérios e garantiu que o Governo não quer "criar qualquer problema no acesso ao ensino superior". 

Mas não só. Como novidade há também agora "uma ponderação relativa das disciplinas na classificação final". Isto significa, de acordo com o governante, que uma "disciplina trienal pondera três vezes, uma bienal pondera duas vezes e uma anual pondera uma vez, introduzindo uma maior justiça do peso do trabalho realizado pelos alunos ao longo dos três anos" de ensino secundário.

O novo modelo de conclusão do ensino secundário decidido entre os dois ministérios entrará já em vigor para os jovens que estão agora no 10.º ano e, no próximo ano letivo, para os jovens que ingressarão no ensino secundário.

Porém, quem está a frequentar o 12.º ano neste ano letivo não vai ser afetado por estas mudanças. "Não queremos alterar nada a meio do jogo", frisou o ministro.

Segundo João Costa, a "necessidade de continuar a aprofundar a complementaridade entre a avaliação interna e a avaliação externa no sentido de uma valorização do ensino secundário como um fim em si mesmo e não como uma porta de acesso para o ensino superior" foi a razão que motivou este novo modelo, que visa a manutenção da obrigatoriedade de três exames nacionais.

Manuela Carlos, presidente do grupo ETIC (Escola de Tecnologias Inovação e Criação) também concorda com a decisão dos ministérios liderados por João Costa e Elvira Fortunato, defendendo que" é absolutamente necessário que continue a haver exames na escola secundária" para apreciar a evolução da aprendizagem dos estudantes.

Contudo, Manuela Carlos, atenta o cuidado que as tutelas deverão ter no combate às desigualdades dos jovens no acesso ao ensino superior, especialmente nos alunos com menos possibilidades financeiras ou que se encontram nos cursos de ensino profissional.

"É importante haver exames, mas parece-me que temos de ter cautela face a exigência da avaliação. Se aumentar a exigência haverá muita desigualdade, especialmente para os estudantes mais desfavorecidos que não conseguirão pagar explicações e consequentemente ter acesso a algumas matérias de preparação para os exames", diz. Logo, "há que ter atenção que normalmente os que são mais prejudicados são os que têm uma capacidade financeira inferior".

A presidente da ETIC considera que os alunos do ensino profissional deverão continuar a ter um regime especial de acesso ao ensino superior, uma vez que "têm de trabalhar para conseguirem alcançar os números dos restantes alunos."

"Os alunos que vêm das escolas profissionais devem continuar a ter a oportunidade de ingressar no ensino superior, com o mesmo rigor dos outros estudantes. É importante que essa porta nunca se feche", conclui.



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