As carreiras especiais do
Estado beneficiam de sistemas de progressões aparentemente demasiado generosos
na parte da contagem do tempo e estão a limitar que haja aumentos noutras
áreas, estão a dificultar a montagem de um sistema de prémios e promoções na função
pública, diz o programa do novo Governo, entregue este sábado na
Assembleia da República. Logo, as
regras das progressões das carreiras especiais têm mesmo de ser revistas.
No documento, o governo diz que “o debate em torno das carreiras
da Administração Pública é inevitável”.
“As progressões na Administração Pública custam todos os anos
200 milhões de euros. Deste valor, quase 2/3 [66%] é gasto em carreiras
especiais em que o tempo conta no processo de progressão”, mas este valor é
absorvido por apenas “1/3 [cerca de 33%] dos trabalhadores do Estado”.
Benesses especiais limitam meritocracia Para o Executivo, este
problema não pode continuar. “Este desequilíbrio deve ser revisitado. O aumento
desta despesa não pode continuar a limitar a política salarial na próxima
década e a impedir uma política de incentivos na Administração Pública que
premeie a excelência e o cumprimento de objetivos predefinidos”.
Mário Centeno, o
ministro das Finanças, que já não tem diretamente a tutela da Administração
Pública (esta passou para a nova
ministra Alexandra Leitão), vai continuar no entanto a
supervisionar nem que seja o cabimento financeiro dos gastos com funcionários,
nomeadamente com as carreiras especiais.
Recorde-se que Centeno, numa entrevista recente que deu à Lusa,
disse que a progressão das carreiras especiais deve aproximar-se “à noção de mérito”. Recordou
ainda que no passado houve “uma
mudança de paradigma” na Administração Pública que “deixou apenas de fora as carreiras especiais”,
como, por exemplo, as militares
e as de segurança ou os professores e funcionários judiciais.
Além destes, existem ainda outras carreiras ditas especiais como
diplomatas, enfermeiros,
magistrados, entre outros.
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