Bateu à Porta

domingo, 22 de outubro de 2017

BOA CRÍTICA HUMORÍSTICA AO MALDITO ACORDO ORTOGRÁFICO.


Requiem para um HACORDO HORTOGRÁPHICO
Era uma vez um Acordo
Que de tão mal acordado 
Causou zanga e confusão
Deixou tudo baralhado
O cágado ficou cagado,
Coitado do animal
Tão envergonhado estava
Que deixou de dar sinal
Os egitos no Egito
Não sabiam que fazer
Se ficar pelas pirâmides 
Se beber para esquecer
O junho ficou minúsculo
Todos os outros também   
Gritava o dezembro, fulo:
- Sou agora um Zé-Ninguém!
O pára passou a para
Mas que grande confusão
O trânsito ficou parado
Andava-se em contramão
O pêlo chamado pelo
E já ninguém se entendia
Uns rezavam ao Diabo 
Outros à Virgem Maria
O facto ficou de fato
Mas não lhe serviu de nada
E reclamava sempre:
- Sem o meu “c” não sou nada!
A receção sem o “p”
Sentia-se mesmo mal
Andava tão chateada
Que foi para tribunal.
- Que saudades  do meu “c”!
Lamentava-se o noturno
Grande farrista que era
Tornou-se muito soturno.
Espetadas e espetadinhas
Fugiam dos espetadores
Tinham fama de sexistas
Os desonestos senhores
Vivesse o douto poeta
Homem de bom critério
Diria hoje decerto:
- Vós que lá do vosso império
Decretais Acordo novo
Calai-vos, que pode o povo
Querer um Português a sério!

Notas:

Quaisquer grafias mais ou menos estranhas não são resultado do AO mas sim eventual liberdade poética. O “douto poeta” é, obviamente, António Aleixo.

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