Bateu à Porta

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

No dia em que o Governo recuou...


 Milhares de professores aderiram esta quarta-feira à greve e saíram às ruas para exigir a contagem do tempo de serviço quando forem descongeladas as carreiras da Administração Pública. Convocado por Fenprof, FNE e Frente Sindical de Docentes, o protesto teve uma adesão tida como "histórica". Diante da Assembleia da República, ouviram-se gritos de


“não ao apagão”.
Mário Nogueira também contabilizou a adesão à greve por parte de professores do segundo e terceiro ciclo e do secundário. "Para uma greve de professores fechar escolas, tem de ter uma adesão extraordinária"
A Fenprof também mostrou satisfação pelo anúncio do Governo. Mário Nogueira declarou que a greve dos professores foi forte o suficiente para fazer o Executivo sentir o pulso dos docentes.
"Hoje, demos uma resposta absolutamente extraordinária e grandiosa", disse Mário Nogueira.
Discutida em sede de especialidade esta quarta-feira, a proposta de Orçamento do Estado para 2018 não prevê a contabilização do trabalho realizado entre 31 de Agosto de 2005 e 31 de dezembro de 2007, nem entre janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2018.
No entanto, a secretária de Estado adjunta e da Educação garantiu que a recuperação do tempo de serviço vai ser implementada de forma faseada, o que constitui, na prática, um recuo nas pretensões do Governo. Alexandra Leitão anunciou que essa medida vai ser negociada com os sindicatos.
"Vai haver uma forma de a contagem da carreira docente ser, de alguma forma, recuperada. Veremos com os sindicatos com que faseamento", explicou Alexandra Leitão, constatando que a reposição não será contemplada na próxima proposta.
PCP, "Os Verdes" e o Bloco de Esquerda estiveram presentes na manifestação dos professores frente à Assembleia da República e deixaram palavras de apreço à luta dos docentes.
A líder do Bloco de Esquerda reconheceu que a luta dos professores é justa e que aqueles que constroem a escola pública não podem ser ignorados. Catarina Martins defendeu que é missão do ministério da Educação arranjar uma solução para que os docentes não sejam penalizados.
João Oliveira, do PCP, declarou que é inadmissível deitar fora todo o trabalho realizado pelos professores e afiançou que a luta que esta quarta-feira saiu à rua é um dos grandes trunfos para conseguir alcançar objectivos.
Quem os viu e quem os vê:
Já o CDS-PP considerou que as posições tomadas pelos sindicatos são pontos de partida aceitáveis para que as negociações para o descongelamento da progressão de carreiras cheguem a bom porto. A deputada Ana Rita Bessa declarou e expressou o seu apreço pela luta dos professores.
"Agora, o Governo que virou a página da austeridade, que é precisamente o Governo do mesmo partido que as congelou, que encontre as soluções porque é a eles que compete governar. E que assuma as responsabilidades de uma vez por todas e se deixe deste passa culpas constante, que chega até a ser ridículo e na política o ridículo também mata", concluiu Hugo Soares.
Milhares de professores aprovaram, diante da Assembleia da República, uma resolução em que declaram a sua firme determinação em defender a recuperação dos mais de nove anos de serviço em que as carreiras estiveram congeladas.

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