Milhares de professores aderiram esta quarta-feira à greve e saíram às ruas
para exigir a contagem do tempo de serviço quando forem
descongeladas as carreiras da Administração Pública. Convocado por Fenprof, FNE e Frente Sindical de Docentes, o protesto teve uma
adesão tida como "histórica". Diante da Assembleia da República,
ouviram-se gritos de
“não
ao apagão”.
Mário Nogueira também contabilizou a adesão à
greve por parte de professores do segundo e terceiro ciclo e do secundário. "Para uma greve de
professores fechar escolas, tem de ter uma adesão extraordinária"
A Fenprof também mostrou satisfação pelo
anúncio do Governo. Mário Nogueira declarou que a greve dos professores foi
forte o suficiente para fazer o Executivo sentir o pulso dos docentes.
"Hoje, demos uma resposta absolutamente
extraordinária e grandiosa", disse Mário
Nogueira.
Discutida em sede de especialidade esta
quarta-feira, a proposta de Orçamento do Estado para 2018 não prevê a
contabilização do trabalho realizado entre 31 de Agosto de 2005 e 31 de
dezembro de 2007, nem entre janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2018.
No entanto, a secretária
de Estado adjunta e da Educação garantiu que a recuperação do tempo de serviço vai ser
implementada de forma faseada, o que
constitui, na prática, um recuo nas pretensões do Governo. Alexandra Leitão
anunciou que essa medida vai ser negociada com os sindicatos.
"Vai haver uma forma de a contagem da
carreira docente ser, de alguma forma, recuperada. Veremos com os sindicatos
com que faseamento", explicou Alexandra Leitão, constatando que a
reposição não será contemplada na
próxima proposta.
PCP, "Os Verdes" e o Bloco de
Esquerda estiveram presentes na manifestação dos professores frente à
Assembleia da República e deixaram palavras de apreço à luta dos docentes.
A líder do Bloco de Esquerda reconheceu que a
luta dos professores é justa e que aqueles que constroem a escola pública não
podem ser ignorados. Catarina Martins defendeu que é missão do ministério da
Educação arranjar uma solução para que os docentes não sejam penalizados.
João Oliveira, do PCP, declarou que é
inadmissível deitar fora todo o trabalho realizado pelos professores e afiançou
que a luta que esta quarta-feira saiu à rua é um dos grandes trunfos para
conseguir alcançar objectivos.
Quem os viu e quem os vê:
Já o CDS-PP considerou que as posições tomadas
pelos sindicatos são pontos de partida aceitáveis para que as negociações para
o descongelamento da progressão de carreiras cheguem a bom porto. A deputada Ana Rita Bessa declarou e
expressou o seu apreço pela luta dos professores.
"Agora, o Governo que virou a página da
austeridade, que é precisamente o Governo do mesmo partido que as congelou, que
encontre as soluções porque é a eles que compete governar. E que assuma as
responsabilidades de uma vez por todas e se deixe deste passa culpas constante,
que chega até a ser ridículo e na política o ridículo também mata",
concluiu Hugo Soares.
Milhares de professores aprovaram, diante da
Assembleia da República, uma resolução em que declaram a sua firme determinação
em defender a recuperação dos mais de nove anos de serviço em que as carreiras
estiveram congeladas.
Sem comentários:
Enviar um comentário